Superman: O Mundo

25 agosto 2025

De vários artistas
216 páginas
Panini Comics | 2025
Tradução: Erick Garcia e Edward Kondo

“Superman: O Mundo” evidencia algo que as edições do Batman e do Coringa já haviam demonstrado: a coletânea funciona muito mais pela proposta do que pela execução. A ideia de convidar artistas de diferentes países para contribuir com histórias curtas sobre o personagem-tema é ótima, mas a somatória delas não sustenta o álbum. Mais uma vez, sem bairrismo, a trama brasileira se destaca e é, de longe, a mais inovadora e atraente de todas.

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Assinada por Jefferson Costa, “O Manto Vermelho” traz uma mistura equilibrada entre a mitologia do Superman, com sua clássica capa, e o Manto Tupinambá que não apenas representa a cultura dos indígenas tupinambás, mas também ancora a história na atualidade. A reflexão proposta é o ponto alto de todo o quadrinho, junto da arte cheia de personalidade do brasileiro.

É justamente a diversidade de estilos de “Superman: O Mundo” que pode render alguns elogios. Além da história de Jefferson Costa, a mexicana, assinada por Bef, e a alemã, de Flix, fogem do convencional e se afastam do realismo. Por outro lado, a HQ argentina, de Mauro Mantella e Agustín Alessio, busca um estilo quase fotográfico, um tanto fora de moda, e a italiana salta aos olhos ao misturar Superman e A Divina Comédia.

Cada quadrinho busca, em poucas páginas, marcar a identidade da pátria que representa, enquanto insere o Homem de Aço nesse contexto. Porém as cerca de 10 a 12 páginas não são o suficiente para desenvolver a maioria das histórias. Algumas soam ingênuas, outras pouco carismáticas, há aquelas que poderiam sequer não ser uma história do Superman. E há a brasileira, novamente sem bairrismo, a que se mostra mais completa e melhor cumpre a proposta da coletânea.

É possível que a DC continue a apostar no formato de “O Mundo”, mesmo que o resultado em todas as três edições esteja aquém das expectativas. A premissa de trazer diversas culturas e olhares para um personagem é mais que bem-vinda, mas ainda carece de um desenvolvimento que permita às histórias respirarem e irem além.

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