Quadrinho que mistura Karl Marx e “Mad Max” ganha novo volume

23 abril 2025


A série de HQs “Mad Marx” da editora Mistifório vai ganhar um novo volume. “Mad Marx: Fordlândia” já está em campanha no Catarse, com a sequência da aventura da dupla Marx e Engels misturada aos conceitos do clássico “Mad Max”. Prevista para julho, a HQ tem roteiro e artes conceituais de Alexandre Esquitini, ilustrações de Júlio da Gaita e capas e extras de Jeferson Rocha.

Na trama, Karl Marx e Friedrich Engels são trazidos de volta à vida para enfrentar o vilão Ellon Mosca e salvar a cidade de Nova Fuligem. Ellon Mosca está seguindo os preceitos de seu mestre, Henry Ford, e tentando reativar o projeto da Fordlândia, uma cidade operária fundada no Pará que visa apenas o lucro, sem se importar com o impacto ambiental.

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Marx então parte em seu Gurgel e conta com a ajuda de Trump, um robô criado para imortalizar o legado do presidente dos EUA, mas que se voltou contra sua programação original. Nesta edição ocorre o grande embate entre Karl Marx e Ellon Mosca, uma luta entre Gurgel vs Carros Ford da década de 1940.

Ficção encontra a realidade

Um projeto real, a Fordlândia foi projetada para se situar à beira do Rio Tapajós, no Pará, entre as décadas de 1920 e 1940. Nesse período, Henry Ford procurava outras maneiras de obter a borracha para os pneus de seus carros que não precisasse encomendar com o comércio britânico, que dominava a matéria prima naquele tempo.

Por isso, Henry Ford, com autorização do governo do Pará, fundou a cidade de Fordlândia. Assim, seus operários poderiam morar no coração da Amazônia, mais próximos da matéria prima que ele tanto almejava. A ideia era criar uma cidade operária autossuficiente. Porém, na prática, tudo ficou mais difícil. Os gerentes estadunidenses enviados para supervisionar o projeto nunca ficavam muito tempo, pois ou a família ficava doente (não estavam preparados para o ecossistema brasileiro), ou não aguentavam a pressão do trabalho.

Foto: Getty Images

Além disso, as plantações cuidadas em conjunto para a cidade, constantemente pegavam pragas. Em 1930, até chegou a acontecer uma revolta entre os trabalhadores brasileiros, que expulsaram os gerentes para as matas e o exército precisou intervir. Mesmo tendo a capacidade de abrigar 10 mil pessoas, a Fordlândia não conseguiu se manter por mais de 18 anos e acabou sendo esquecida e se tornou uma cidade-fantasma.

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