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De Kyle Starks e Steve Pugh
200 páginas
Panini Comics | 2025
Tradução: Rodrigo Oliveira
Aproveitando o sucesso da série de James Gunn, Pacificador: Um Dia de Cão, de Kyle Starks e Steve Pugh, adota o mesmo tom de humor e a violência desenfreada do live-action para conquistar os leitores, funcionando quase como um sucessor espiritual da produção.
Mesmo após se livrar do Esquadrão Suicida, o Pacificador recebe uma nova missão de sua ex-chefe, Amanda Waller: eliminar um grupo de terroristas. Para um anti-herói como ele, parece uma tarefa simples e de fato é. Ele realiza com facilidade e, durante o processo, encontra um buldogue, a quem dá o nome de Bruce Wayne. No entanto, essa missão é apenas a ponta do iceberg para o que está por vir no quadrinho.
Starks entrega uma comédia de ação com uma premissa boba, mas que diverte em alguns momentos por abraçar o ridículo, assim como seu protagonista. Apesar de seguir a linha da versão televisiva (com as feições de John Cena no protagonista, inclusive), a HQ nem sempre acerta no humor exagerado. A proposta é explorar o lado “idiota” do personagem, mas, em certo ponto, as piadas se tornam previsíveis. Ainda assim, os autores imprimem seu próprio toque, trazendo novas participações e uma construção de personagem muito coerente do anti-herói. Por trás de todo besteirol, existe uma trama mais profunda em Pacificador: Um Dia de Cão: a procura de uma verdadeira amizade, de uma conexão real. Kyle Starks e Steve Pugh trabalham bem isso, especialmente ao usar flashbacks sombrios para “justificar” esse comportamento.
A arte de Steve Pugh, com as cores de Jordie Bellaire, captura bem o clima cômico. Pugh acerta tanto no ritmo da história quanto na maneira de expressar o humor gritante dos personagens, abusando das caras e bocas.
Vale dizer que a edição da Panini também inclui o one-shot Pacificador: Perturbando a Paz, de Garth Ennis, Garry Brown e Lee Loughridge, uma história completamente independente de Um Dia de Cão.
Em resumo, Pacificador: Um Dia de Cão é uma leitura que, apesar de previsível, vai te fazer se divertir. Um quadrinho galhofa e esquecível, sem medo de ser o que é.
