Os Exércitos do Conquistador

5 agosto 2024

De Jean-Claude Gal e Jean-Pierre Dionnet
188 páginas
Pipoca & Nanquim | 2024
Tradução: Fernando Paz

Os Exércitos do Conquistador é uma fantasia heroica que busca mostrar um outro lado das histórias épicas, um lado distante dos protagonistas das conquistas. Escrita por Jean-Pierre Dionnet, um dos fundadores da Metal Hurlant, e desenhada por Jean-Claude Gal, a HQ foi um dos principais títulos da fase inicial da antológica revista francesa, na década de 1970.

A primeira parte do quadrinho é composta por uma coleção de contos focada em dramas da condição humana, fragilidades individuais e coletivas. Acompanhamos um cenário de conquista, a partir de um exército que viaja pelo mundo, porém os autores decidem focar em momentos de menor escala, aqueles que não seriam mencionados em um livro de História, mas são consequências da destruição e medo provocados pela guerra. Vemos a luta pela sobrevivência, em meio a elementos místicos, terror e reviravoltas.

Já na segunda metade, temos uma história mais longa, mas também uma trama mais comum. A Vingança de Arn e o Triunfo de Arn abordam a jornada de um jovem sequestrado, que planeja sua vingança contra aqueles que tiraram tudo dele.

Como um todo, os contos individuais são mais criativos, seja pelo conceito por trás das tramas ou pela provocação que propõem. Nem tudo é explícito e perguntas permanecem sem respostas, o que provoca o leitor.

Por outro lado, em muitos momentos, os desenhos não funcionam como elementos narrativos e, sim, apenas como complemento do texto. Isso se soma ao estilo de narrativa mais “desapegada”, que distancia e dificulta o envolvimento do leitor.

Jean-Claude Gal desenvolve um visual com uma arte rica em detalhes, principalmente nas armaduras, arquitetura e ambientação, no geral. Porém, isso não consegue contornar a sensação estática do quadrinho.

De todo modo, Os Exércitos do Conquistador, publicado pela Pipoca & Nanquim, se mantém como uma boa leitura por sua ambição temática. Embora tenha seus tropeços, ainda é suficiente para despertar a vontade de pensar sobre seu universo.

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