Oleg

22 fevereiro 2021

De Frederik Peeters
184 páginas
Nemo | 2021
Tradução: Fernando Scheibe

Oleg, nova HQ de Frederik Peeters, que acaba de chegar ao Brasil pela editora Nemo é daquelas leituras que mexem com alguma parte de nós. É difícil sair indiferente após acompanhar os pensamentos desse quadrinista que está em busca de inspiração, em um bloqueio criativo. Este quadrinho pode ser uma história sobre a arte de fazer quadrinhos, de viver de quadrinhos. Mas também é uma história de amor, uma celebração.

Observamos de perto a rotina de Oleg, uma espécie de alter-ego que Peeters utiliza ao longo de toda a HQ. Ele é um quadrinista que está há 20 anos no ofício, casado também por duas décadas e é pai de uma menina adolescente. A trama traz situações episódicas da vida desse homem, de seu processo criativo (com várias referências e um belo uso dos quadrinhos como mídia), de suas dores e da sua relação com a esposa, a filha, os leitores, editores, enfim, o mercado de quadrinhos. E ao mesmo tempo que essa é uma trama sobre devaneios e pensamentos sobre diversos assuntos, Oleg também passa por um acontecimento que muda nossa percepção do quadrinho e que, claro, não podemos revelar.

Na arte Frederik Peeters faz um trabalho muito bonito, usando o contraste entre preto e branco e variando o traço conforme a trama passa por determinados assuntos. A diagramação também é outro ponto de destaque, com páginas em branco que deixam um convite para a reflexão.

Ler Oleg foi uma experiência gostosa, leve e empolgante. O quadrinho nos deixa a vontade de celebrar as relações, de falar “eu te amo” aos que amamos. Uma HQ metalinguística, uma história sobre afeto, um quadrinho que é delicioso de ser lido, assim é Oleg.

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