De Masiero, Avallone, Cremona e Mammucari
144 páginas
Panini Comics | 2020
Tradução: Julio Schneider
O terceiro volume de Mister No, “Amazônia”, traz a junção das equipes criativas das edições anteriores para dar um desfecho (ainda que aberto) ao personagem. Além do roteiro de Masiero, temos a arte de Avallone, Cremona e Mammucari, que se dividem em dois momentos temporais. Após os eventos do volume anterior, Jerry e seu novo amigo, Esse-Esse, passam a viver entre as palafitas de Manaus.
Pouco tempo após chegar ao Brasil, a dupla encontra um russo, Zar, que os convida para participar de um negócio de contrabando de diamantes. Em paralelo, após anos no país, acompanhamos uma aventura de Jerry ao lado da pesquisadora Patrícia Rowland.
Apesar de ainda trazer uma trama envolvente, esta terceira edição é, sem dúvidas, inferior no roteiro. Há algumas situações um tanto fantasiosas que quebram o tom mais realista dos volumes anteriores. Uma questão que também nos incomodou são alguns estereótipos na representação do Brasil e dos indígenas. Ao mesmo tempo, a HQ acerta ao contextualizar o Brasil como o país ditatorial que era, nos anos 70, e ao fazer críticas aos garimpeiros e aos crimes contra a população indígena.
“Amazônia” pode não ser tão bom quanto o início da série, mas é uma boa conclusão para a história desse veterano de guerra, cheio de traumas. Um personagem bem construído nessa releitura e que irá fazer falta. Destaque para o fim da HQ, que mais uma vez traz bons textos de contextualização.