De Jean-Luc Cornette e Thierry Martin
80 páginas
Panini Comics | 2025
Tradução: Marcelo Alencar
Um dos grandes atrativos da coleção BD Disney é a oportunidade de ver releituras dos clássicos personagens, com abordagens que fogem do convencional dos quadrinhos tradicionais da Disney. Porém, “Mickey e os Mil Bafos”, de Jean-Luc Cornette e Thierry Martin, vai na contramão dessa proposta e entrega uma história infantil sem sabor ou profundidade.
Em um mundo medieval tingido de magia, Mickey, Minnie e Pluto saem para um piquenique na floresta. Durante o passeio, Minnie se perde e acaba na casa do mago Clodomiro. Sem querer, ela derruba sobre si mesma uma poção de multiplicação. Esse descuido é apenas o começo para uma história maior, que vai envolver um dragão, lutas de cavaleiros, tesouros e muitos clones.
Por ser uma coleção voltada para toda a família, mas tendo como foco um público mais jovem, que talvez esteja descobrindo as HQs, é natural que as BD Disney adotem um tom amigável e quase ingênuo. Porém, isso não significa que a história precise ser boba ou rasa. Há diversos exemplos de quadrinhos que revisitam seus homenageados com respeito e inteligência, seja no próprio selo ou em outras publicações.
A impressão que fica é que Cornette respeitou até demais a obra original, o que gerou uma história sem tempero, longe do que se espera de uma linha que propõe uma releitura. Se a ideia era encontrar algo novo, “Mickey e os Mil Bafos” não atende às expectativas.
Com um visual retrô e cheio de charme, a arte de Thierry Martin conduz o leitor por cada página, explorando bem esse universo medieval mágico, com belos cenários que realçam a identidade do traço do artista. Destaque para as splash pages, que impressionam pela riqueza de detalhes.
Lançado pela Panini Comics, “Mickey e os Mil Bafos” peca por não entregar mais do que o convencional. No fim, estamos diante de uma aventura visualmente charmosa, mas sem tempero necessário para chamar atenção.