De Denis-Pierre Filippi e Silvio Camboni
72 páginas
Panini Comics | 2021
Tradução: Júlio de Andrade Filho
Mickey e o Oceano Perdido, de Denis-Pierre Filippi e Silvio Camboni, à primeira vista, impressiona pelo visual soberbo. Basta ver algumas páginas para se deixar seduzir. Por outro lado, o roteiro não tem o mesmo impacto. É uma aventura que tem seus momentos divertidos, porém se não fosse pelos desenhos magníficos, esta seria uma leitura esquecível.
Encontramos Mickey, Minnie e Pateta, em um universo steampunk. Eles são exploradores de destroços tecnológicos e também de coralite, um combustível precioso e muito desejado. Além da competição desleal com João Bafo-de-Onça pela busca desses recursos, o trio vai enfrentar cientistas ambiciosos numa aventura cheia de reviravoltas.
O enredo é bom, tem uma boa ideia, mas peca no ritmo. Quando a história pede desenvolvimento, ela acelera. Quando se trata de um momento “menos importante” para a trama, ela é lenta. Outro ponto que nos incomodou é a indecisão de Denis-Pierre Filippi em relação ao tom da obra. Ora o roteiro se leva muito a sério, ora é muito despretensioso. Talvez, isso se deve à proposta abrangente do selo em trazer releituras que conversem tanto com o público infantil quanto com o público que cresceu lendo esses personagens.
A verdade é que mesmo com essas observações, o quadrinho não precisou se esforçar para nos envolver. Sejamos francos que a ambientação ajuda. E como ajuda! Os cenários são espetaculares e a atmosfera criada por Silvio Camboni é cativante. Páginas ricas em detalhes, cores deslumbrantes…é tudo muito lindo.
Mickey e o Oceano Perdido é o primeiro quadrinho da coleção Disney, da editora francesa Glénat, a chegar ao Brasil pela Panini Comics. Uma coleção de aventuras inéditas, com personagens emblemáticos do estúdio, produzidas por quadrinistas franco-belgas. Tivemos a sensação de estar diante de uma boa obra, com visual espetacular e roteiro mediano. Uma leitura que nos fez sorrir por alguns minutos, mas, que se não fosse pela arte deslumbrante, não revisitaríamos.