De Alan Moore
132 páginas
Pipoca & Nanquim | 2020
Tradução: Érico Assis
Alan Moore está no panteão dos deuses dos quadrinhos. Seu nome estampado na capa de qualquer livro, sem dúvidas, irá causar euforia nos leitores. Por isso fomos empolgados ler Maxwell, o Gato Mágico, lançado pela editora Pipoca & Nanquim. O resultado não é uma obra fantástica ou grandiosa, mas, sim, um belo trabalho de resgate de um dos primeiros trabalho de Moore.
As tiras de Maxwell mesclam desde um humor leve, praticamente infantil, até críticas políticas e sociais. O gato falante, desenhado de forma rudimentar, é dono de opiniões ácidas que refletem muito os pensamentos de Moore. Embora tenha sido uma fonte de renda, as tiras publicadas no jornal Northants Post (entre 1979 e 1986) passaram a ser uma espécie de fuga. Uma maneira de expressão do mago dos quadrinhos.
Confessamos que a leitura demorou a engatar. As tiras inicialmente não nos pareceram muito cativantes, mas aos poucos a leitura se tornou prazerosa, principalmente devido a uma evolução no conteúdo e na pegada humorística mais ácida das tiras. O melhor de Maxwell é o fator “curiosidade” ao ver Alan Moore fazendo comentários críticos sobre as fofocas da Família Real, a administração de Margaret Thatcher ou o acidente nuclear em Chernobyl. Algumas das histórias dependem mais do contexto ou são muito datadas e para isso são acrescentadas notas de rodapé, que facilitam a leitura. No entanto, o álbum peca no letreiramento, com fontes muito pequenas.
Maxwell, o Gato Mágico é um quadrinho indicado para os apaixonados pela obra de Moore e, em específico, os curiosos. Não podemos dizer que é uma obra fascinante ou divertidíssima, mas é muito funcional no seu papel de resgate.