De Chie Shimomoto
236 páginas
Pipoca & Nanquim | 2023
Tradução: Drik Sada
Mandala de Fogo busca, com leveza e até humor, retratar a vida de Hasegawa Touhaku, um dos maiores pintores da história do Japão. Chie Shimomoto constrói uma trama que reimagina a sequência de fatos da biografia do artista, que dedicou toda sua vida à arte.
Touhaku viveu no Japão do século XVI, em um turbulento momento político, marcado pela morte de Oda Nobunaga. Enquanto o castelo de Azuchi ardia em chamas, Touhaku, então com 44 anos, invadiu o local para tentar ter ao menos um vislumbre de um painel pintado por Kanou Eitoku. Diante dela, sentiu arder o desejo de aperfeiçoar suas habilidades para crescer como artista.
Mas é claro que a trajetória de Hasegawa Touhaku seria marcada por desafios e tragédias, que são entrelaçados por Chie Shimomoto às pinturas icônicas de Touhaku. Apesar de se tratar de um mangá histórico, Mandala de Fogo moderniza as relações e interações entre personagens e toma liberdades para tentar dar dinamismo à trama e fazê-la avançar, tanto que nem sempre percebemos a passagem do tempo e tudo pode parecer acelerado e superficial.
Destaque para a representação das pinturas e painéis tanto de Touhaku quanto de outros artistas, de um modo que mescla o estilo da mangaká aos traços originais da obra de arte. Fora essas passagens, infelizmente não há muita inventividade no mangá em termos visuais.
Publicado pela Pipoca & Nanquim em volume único, Mandala de Fogo consegue fazer uma introdução à vida de Hasegawa Touhaku, que incorpora reflexões filosóficas sobre sua arte. Porém, não é preciso esperar muita profundidade ou detalhamento. Chie Shimomoto faz escolhas para aproximar essa personalidade histórica de nós, algumas são boas, outras nem tanto.