De Juan Gedeon e Daniel Warren Johnson
144 páginas
Panini Comics | 2023
Tradução: Diogo Prado
E se os heróis da Liga da Justiça fossem dinossauros? É com essa premissa bizarra que Liga Jurássica leva sua própria disfunção para uma aventura de ação estridente – ou pelo menos tenta. Criado por Juan Gedeon e Daniel Warren Johnson, a HQ tem poucas tentativas de ser, de fato, uma história. A sensação é que estamos diante de um amontoado de cenas reunidas com a esperança de fazer o leitor se divertir pelo próprio enredo escandaloso.
Antes de tudo, quando você pega para ler uma HQ que reimagina os membros da Liga da Justiça e seus adversários na forma de dinossauros, você já espera uma história desavergonhada e extravagante, que faça jus ao seu conceito cômico, para dizer o mínimo. Mas o que realmente vemos em Liga Jurássica é uma trama que se desenvolve mal e um enredo, ironicamente, tímido, que desperdiça a chance de abraçar o teor bizarro de sua premissa.
Ambientada durante a Pré-História, com dinossauros e humanos coexistindo, a HQ acompanha os heróis lutando contra o mal, em diferentes cantos da Terra. O início da trama funciona como apresentação desses personagens e, de longe, é o melhor momento da HQ, pelo ritmo equilibrado e pela representação visual dos personagens. Todos são facilmente reconhecíveis, mesmo longe de suas formas habituais.
No entanto, depois do primeiro terço do quadrinho, a história desce a ladeira em ritmo vertiginoso. A trama se torna uma bagunça desenfreada, com cenas confusas voltadas apenas para a ação. Inclusive, a obra subutiliza seu lado cômico, que tinha todo um potencial. Além de tentar trazer tópicos mais sérios em uma HQ que prometia situações divertidas, sem muita necessidade de lógica.
Juan Gedeon é o responsável pela maioria das ilustrações. Seu traço exagerado e cartunesco funciona, mesmo oscilando entre os capítulos. Já Rafa Garrés, que também ilustra um capítulo, tem um traço solto que dificulta o entendimento das cenas e o resultado é caótico.
Liga Jurássica, publicado pela Panini Comics, não faz jus à premissa seja pelo desenvolvimento atropelado ou pela seriedade excessiva, quando o melhor seria não levar nada a sério, exceto ser ridiculamente divertido. Uma oportunidade perdida.