De Sean McKeever, Takeshi Miyazawa, Norman Lee e Christina Strain
264 páginas
Panini Comics | 2020
Tradução: Dandara Palankof
Nossa expectativa para a leitura do primeiro volume de Homem-Aranha Ama Mary Jane era de que seria um quadrinho teen, uma vez que a HQ faz parte do selo voltado ao público infanto-juvenil da Marvel. Sim, esse é realmente o tom. No entanto, o que não imaginávamos é que a história pareceria tão datada.
Apesar de o título trazer o Homem Aranha, o protagonismo está centrado em Mary Jane. Isso poderia ser um grande acerto, não é? Porém, Sean McKeever faz MJ ser uma personagem que não parece dona de sua própria história. Na trama, a personagem sonha em um dia ter um “date” com o Homem-Aranha. A questão é que ela acabou de engatar um romance com Harry Osborn, por influência de sua melhor amiga, Liz Allen.
O fato de ser uma HQ teen poderia até justificar a trama pouco inventiva. No entanto, o grande problema aqui é o fato de Mary Jane ser uma protagonista rasa. Ela é considerada perfeita por todos a seu redor (característica que é repetida à exaustão no quadrinho) mas para quem lê, Mary Jane parece uma adolescente que passa boa parte do tempo pensando em garotos e que age conforme as ocasiões. Além disso, a história é recheada de rivalidade feminina e todas as mulheres parecem não ter interesses próprios além de seus relacionamentos, o que torna o enredo datado.
Homem-Aranha Ama Mary Jane tem arte de Takeshi Miyazawa, que traz para a obra um traço em estilo mangá. A arte, bastante inconstante, não nos agradou tanto. A HQ pode até ser uma leitura divertida para alguns, afinal sabemos que esse é um quadrinho voltado a um público mais jovem. Mas isso não o isenta de ser uma trama que envelheceu mal e se tornou um amontoado de clichês adolescentes, protagonizados pelos personagens do universo do Homem-Aranha.