De Junji Ito
408 páginas
Devir | 2021
Tradução: Arnaldo Oka
Longe de ser excelente e também longe de ser ruim, Gyo, de Junji Ito, tem bons momentos, mas acaba se tornando uma leitura cansativa com o passar do tempo. Neste mangá, publicado no Brasil pela Devir, sentimos que o autor esticou demais sua trama, a ponto de perder o tom do horror e tornar a história exagerada demais, caricata, de uma forma até engraçada.
A história gira em torno de um casal que vai passar as férias em Okinawa, uma ilha ao sul do Japão. Porém, depois de um mergulho no mar, eles começam a sentir um fedor insuportável, que os persegue ao longo de toda história. O gibi começa bem, com um conceito perturbador, como praticamente todos os mangás de Junji Ito. A primeira metade é empolgante, no entanto, à medida que a trama avançava, fomos perdendo o interesse pela obra pela forma como as situações se prolongavam. Afinal, aquilo que era assustador e intrigante, estava virando algo bobo.
Apesar do roteiro não apresentar o melhor do mangaká, precisamos ser justos com a arte. Os desenhos estão incríveis neste livro. Talvez, de todas as obras de Junji Ito já publicadas no Brasil, seja o volume com as ilustrações mais detalhadas.
Gyo é um bom quadrinho e poderia ser melhor se a história fosse mais curta. Destaque especial para a grande pepita desta edição, a história extra inserida no fim do mangá, chamada “O Mistério da Falha Amigara”, um conto assustador e claustrofóbico.