De Tiburce Oger e vários artistas
132 páginas
QS Comics | 2025
Tradução: Alessandra Bonrruquer
Go West Young Man é mais uma visita ao Velho Oeste proposta por Tiburce Oger. O autor de Indians escreve quatorze histórias, cada uma ilustrada por um desenhista diferente, que abordam a chamada conquista do oeste, nos EUA. São narrativas que afastam qualquer glamour hollywoodiano e focam, sem rodeios, no gosto amargo do sonho americano.
Ao contrário de Indians, cujas histórias curtas pareciam quase inacabadas, pouco desenvolvidas, em Go West Young Man, Oger consegue produzir tramas que funcionam isoladamente, mas também fazem parte de uma linha narrativa. Um relógio de ouro é passado de mão a mão através dos anos, o que dá ao leitor uma sensação de continuidade maior, mesmo em histórias ambientadas em períodos e cenários diferentes.
Mesmo que curtos, os quadrinhos que compõem esta edição conseguem cativar o leitor e apresentam personagens bastante variados, de oficiais do exército, prostitutas e mexicanos a escravizados, indígenas e foras da lei. Suas perspectivas, suas realidades, tudo é evidenciado mesmo que sem muita profundidade. O resultado é um quadrinho que tece um panorama sobre a vida no oeste americano durante mais de um século, com seus cânones e mazelas.
A arte é um grande destaque do quadrinho, que conta com grandes nomes do mercado franco-belga como François Boucq, Dominique Bertail, Ralph Meyer e Patrick Prugne. Cada uma ao seu modo, as ilustrações acrescentam dinamismo às tramas, que precisam contar muito em poucas páginas. Destaque para a arte belíssima de Paul Gastine (desenhista de O Último Homem), que abre e fecha o álbum.
Publicado pela QS Comics, que já havia trazido Indians ao Brasil, Go West Young Man conquista o leitor pelo retrato nada maquiado do Velho Oeste. Há um pouco de tudo, e o leitor até tem a sensação de estar acompanhando uma saga em alguns momentos. Um álbum que faz uma homenagem honesta ao gênero costurando histórias breves, duras e humanas.