Sete grandes quadrinistas franceses contemporâneos participaram de uma experiência inusitada. Edmond Baudoin, Chloé Cruchaudet, Étienne Davodeau, Emmanuel Guibert, David Prudhomme, Pascal Rabaté e Troubs transformaram uma pequena caverna na França em seu estúdio temporário.
Longe da zona de conforto, em meio a paredes irregulares, eles dedicaram dez dias, seis horas por dia, a desenhar diretamente nas paredes da caverna, assim como os ancestrais da arte rupestre, utilizando apenas pigmentos naturais. O cenário dessa experiência foi uma pequena gruta em Quercy, próxima à histórica caverna de Pech Merle, que preserva pinturas rupestres de mais de 20.000 anos.
Essa aventura, realizada em 2022, resultou em um quadrinho colaborativo publicado na França em novembro de 2024 pela Futuropolis. Intitulada “Pigments”, a HQ não apenas relata como cada artista vivenciou a experiência, mas também inclui interlúdios de Marc Azéma e fotografias de Rémi Flament, que registraram a atividade. Além disso, um documentário “Rupestres” foi lançado em fevereiro de 2025.
Curiosamente, “Rupestres” é também o título de uma HQ publicada em 2011, na qual cinco membros do grupo viveram uma experiência semelhante, visitando cavernas paleolíticas decoradas para observar e registrar. Nesta ocasião, eles não desenharam nas paredes.
Se os nomes dos quadrinistas ainda não soam familiares, aqui vai uma ajudinha.
– Edmond Baudoin é o coautor de “Travesti” (Veneta/2019)
– Chloé Cruchaudet é a autora de “Degenerado” (Nemo/2020) e “Céleste e Proust” (Nemo/2024)
– Étienne Davodeau é autor de “Os Ignorantes” (WMF Martins Fotnes/2014)
– Pascal Rabaté é o autor de “Ibicus” (Previsto para 2025 pela HQueria)
– Emmanuel Guibert é o coautor de “O Fotógrafo” (Conrad/2010) e o autor de “A Guerra de Alan” (Zarabatana Books/2010)
– David Prudhomme e Troubs ainda são inéditos no Brasil.