De Jeff Lemire, Andrea Sorrentino e Dave Stewart
112 páginas
Mino | 2021
Tradução: Dandara Palankof
Para concluir a série de Jeff Lemire e Andrea Sorrentino, resolvemos reler os cinco volumes anteriores, antes de iniciar a edição final. Naturalmente a experiência já seria outra, afinal tudo fica mais fresco na mente. No entanto, se tratando de uma trama tão complexa, como é Gideon Falls, foi uma decisão ainda mais acertada, para não dizer necessária. Ah, e sobre o final, já adiantamos que é ótimo, só temos algumas ressalvas.
A construção e o desenvolvimento da trama, durante toda a série, nos chamaram atenção. Para nós, Gideon Falls é a obra mais “fora da curva” de Lemire. O gibi que mais se distancia dos temas que o autor aborda (com frequência) em suas histórias. Ao longo da jornada, com uma narrativa estranha e incômoda, os quadrinhos nos envolveram na trama de um jeito que, mesmo quando não estávamos lendo, pensávamos sobre a história.
A série, que criou uma mitologia incrível, deu uma pequena escorregada neste último volume. Na verdade, ela já dava indícios que não iria se encerrar à altura do que se propôs, no início da jornada. Mesmo com seis edições, a resolução pareceu um pouco apressada e morna. Essa foi nossa frustração neste desfecho: o ritmo e a resolução do último volume.
Os painéis de Sorrentino são incríveis ao longo de todos os seis volumes. É sem sombra de dúvidas uma das melhores coisas do quadrinho e contribui muito para o clima desconfortável da obra.
Gideon Falls se despede como uma série incrível. Um quadrinho que nos pegou desde o início e que, mesmo com o gostinho agridoce no final, merece ser lido.