De Rafael Scavone, Rafael Albuquerque, Eduardo Medeiros e Priscilla Tramontano
148 páginas
Pipoca & Nanquim | 2020
Em suas primeiras páginas Funny Creek já se assemelha a um desenho animado. Com o traço caricato de Eduardo Medeiros e as cores vibrantes de Priscilla Tramontano, o quadrinho entretém, mas não vai muito além disso. A história, assinada por Rafael Scavone e Rafael Albuquerque, começa bem, mas parece apressada demais.
A trama se passa nos anos 80 e conta a história de Lilly, uma menina de 8 anos. Após bater a cabeça em um poste, a garota acorda no mundo de Funny Creek, seu desenho animado favorito. A protagonista não se desespera ou se surpreende de ter ido parar repentinamente em um mundo fantástico, parece algo até natural. Por lá, ela encontra seu grande ídolo, o xerife Clumsy. Juntos eles precisam enfrentar o temido bando de Cold Joe, que sempre ataca a cidade.
Além de uma pegada de Velho Oeste, a trama possui uma história paralela, que aos poucos nos revela os passos de Lilly. Isso é um bom recurso, mas nos pareceu bem previsível ao longo da HQ. Outra questão é o desenvolvimento dos personagens, que é superficial e deixa passar algumas questões que mereciam mais profundidade, como o comportamento de Clumsy.
O que é definitivamente o ponto alto dessa história é a arte de Medeiros, que se encaixa perfeitamente com o roteiro e embala bem a leitura.
Publicado originalmente em formato digital pelo Stout Club no Comixology, a HQ está sendo lançada pelo Pipoca & Nanquim. Embora talvez não fascine leitores mais maduros, a história pode ser uma indicação para um público mais jovem.