De Brian K. Vaughan e Tony Harris
276 páginas
Panini Comics | 2020
Tradução: Guilherme da Silva Braga
Brian K. Vaughan nos envolve cada vez mais em sua trama política, no terceiro volume de Ex Machina. A narrativa segue acompanhado presente e passado do prefeito Hundred em uma HQ ácida, cheia de referências e que expande mais o universo apresentado até aqui.
Somos suspeitos para falar de Vaughan. Ele está, sem dúvidas, na nossa lista de autores favoritos. Por mais que Ex Machina seja um quadrinho com um tom mais denso, cheio de diálogos intensos e um pouco de politiquês (mesmo que simplificado), há muito do estilo Vaughan de contar histórias.
Nesta edição, Hundred precisa lidar com mais problemas. O que não é nenhuma novidade, afinal, desde que virou prefeito de Nova York todo dia uma situação o coloca em conflitos. Dessa vez, uma série de ataques ligam o presente ao passado do protagonista, quando ele ainda atuava como a Grande Máquina. Vaughan aproveita para falar das pautas mais diversas, como consumo de maconha, racismo e as burocracias da vida pública.
A arte de Tony Harris, aqui arte-finalizada tanto por Tom Feister como por Jim Clark (no último capítulo da obra) dá uma oscilada na transição. Porém, nada que atrapalhe o resultado da HQ.
Ex Machina nos envolve de uma forma que não imaginávamos que uma trama tão política faria (e aqui estamos falando de trâmites políticos, do cotidiano de alguém que lida diariamente com o peso de ser prefeito da maior cidade dos EUA). Vaughan segue equilibrando ação e diálogos e ainda bem que há muita história pela frente.