De Brian K. Vaughan e Tony Harris
280 páginas
Panini Comics | 2019
Tradução: Guilherme da Silva Braga
Brian K. Vaughan é, sem dúvidas, um de nossos autores preferidos. No primeiro volume de Ex Machina, republicado em edição especial pela editora Panini, o autor demonstra (novamente) o porquê nos sentimos tão cativados por suas narrativas. Assim como em Saga, Y: O Último Homem ou Paper Girls, Vaughan insere seu estilo característico no quadrinho, com diálogos fluidos, além de diversas referências e questões sociais.
Acompanhamos o engenheiro civil Mitchell Hundred, que acaba de se tornar prefeito da cidade de Nova York. No entanto, ele não era um cidadão comum. Antes de atingir o topo do executivo na maior cidade dos EUA, Hundred sofreu um acidente misterioso e passou a ouvir e controlar diferentes tipos de máquinas, das mais rudimentares às mais complexas. Assim, o engenheiro decide utilizar de seu poder para fazer justiça em Nova York.
No roteiro ágil e bem ritmado de Vaughan, nos inserimos no sistema político norte-americano. É nesse contexto que o autor discute temas como moral, racismo, livre expressão da orientação sexual, desigualdade social, entre outros. Tudo sem soar panfletário ou forçado na trama. Essa é uma das grandes qualidades da história, todos os temas pelos quais ela passeia são introduzidos de forma natural e envolvente.
A arte de Tony Harris não nos empolgou muito inicialmente, mas é bastante competente em cenas de ação e ao transmitir a grandiosidade do cargo ocupado por Mitchel. O primeiro volume de Ex Machina foi mais um ótimo presente de Brian K. Vaughan, por isso, já estamos com as expectativas altíssimas para a continuidade da série.