Dylan Dog – Omnibus, Vol.1

3 outubro 2024

De Tiziano Sclavi, Angelo Stano, Gustavo Trigo, Corrado Roi e Luca Dell’Uomo
604 páginas
Mythos | 2024
Tradução: Julio Schneider

Um dos personagens mais carismáticos da Bonelli, Dylan Dog tem uma mitologia própria, construída sobre diversas referências ao cinema e à literatura, ressignificadas para tornar o detetive do pesadelo tão querido. No primeiro volume de Dylan Dog – Omnibus, que reúne as 6 primeiras revistas do investigador, publicadas entre 1986 e 1987 pela editora italiana, vemos a formação do imaginário das histórias do personagem e as primeiras aparições de alguns personagens recorrentes.

Criado pelo roteirista Tiziano Sclavi, Dylan Dog é o nome quando o assunto é investigar situações paranormais: demônios, fantasmas, mortos-vivos, lobisomens, bruxas… Porém, se engana quem pensa que suas tramas se limitam ao terror. O roteiro de Sclavi tem espaço para muito humor e um bocado de crítica social, ainda que nas entrelinhas. Mas a principal característica das HQs do detetive do pesadelo é a de fisgar o leitor e deixá-lo entretido em busca da resolução do mistério.

Nas 6 histórias reunidas nesta edição — “O Despertar dos Mortos Vivos”, “Jack, o Estripador”, “As Noites da Lua Cheia”, “O Fantasma de Anna Never”, “Os Matadores” e “A Beleza do Demônio” — é possível não só ter um primeiro contato, para leitores que nunca leram Dylan Dog, mas também se habituar ao tom das tramas e perceber alguns padrões. Nem sempre os roteiros de Sclavi entregam as resoluções mais inventivas e às vezes as explicações expositivas e algumas piadinhas datadas podem incomodar, mas o clima criado é sempre um diferencial.

Como artistas diferentes assinam as revistas, é possível observar Dylan, Groucho e Bloch em diferentes traços. Alguns são mais efetivos na representação gráfica do terror, com destaque para Gustavo Trigo, em “A Beleza do Demônio”, e Corrado Roi em “O Fantasma de Anna Never”.

Publicado pela Mythos, que ao longo dos anos vem lançando Dylan Dog em diferentes formatos, o omnibus é uma boa forma de conhecer (ou revisitar) o personagem. Boa oportunidade para aqueles que nunca leram nada do detetive e para quem já conhecia, mas gostaria de ver sua formação diante dos leitores, ali nas primeiras histórias.

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