A Associação Americana de Bibliotecas (American Library Association – ALA) divulgou seu relatório anual dos dez livros mais censurados nas instituições públicas dos Estados Unidos em 2024. A lista é, mais uma vez, dominada por livros que abordam as vidas, experiências e preocupações de pessoas LGBTQIAPN+, bem como por pessoas negras, indígenas e não-brancas.
Entre os títulos mais visados, estão dois quadrinhos: “Gender Queer”, de Maia Kobabe, publicado no Brasil pela Tinta da China Brasil, que figura no ranking pelo quarto ano consecutivo; e “Flamer”, de Mike Curato, ainda inédito no Brasil, que aparece pela segunda vez seguida.

“Gender Queer”, HQ que narra o processo de descoberta de identidade de gênero de Maia Kobabe, liderou por dois anos consecutivos a lista dos livros mais censurados, mas perdeu o primeiro lugar em 2024 para “All Boys Aren’t Blue”, uma autobiografia de George M. Johnson sobre crescer sendo negro e queer. O outro quadrinho da lista, “Flamer”, é descrito como uma jornada de descoberta da própria identidade, aceitação da sexualidade e das transformações do corpo.
Nos últimos anos, os EUA têm enfrentado um aumento significativo na censura de livros em escolas públicas e bibliotecas, impulsionado por legislações estaduais e movimentos conservadores. De acordo com a organização literária PEN America, mais de 10 mil livros foram banidos no país, afetando 4.231 títulos únicos em 29 estados. Os estados da Flórida e Iowa lideraram em número de proibições.
A lista foi divulgada pela ALA, no início de abril, na abertura da Semana Nacional das Bibliotecas de 2025 dos EUA.