Em 7 de janeiro de 2015, um atentado à redação do semanário francês Charlie Hebdo matou doze pessoas, oito delas colaboradores do veículo satírico, como os cartunistas Cabu, Charb e Wolinski. Dez anos depois, o Charlie Hebdo afirma que a vontade de rir nunca desaparecerá.
A edição especial desta terça-feira (07) traz na capa o dado de que 76% dos franceses acreditam que “a liberdade de expressão é um direito fundamental” e que “a liberdade de caricatura faz parte dela”. Sem medo de satirizar assuntos polêmicos, o semanário ainda publica nesta edição especial o resultado de um concurso que convidou artistas do mundo todo a enviarem “a caricatura mais engraçada e maldosa de Deus”.
Em 2015, o ataque realizado por dois filiados à Al-Qaeda foi declarado como uma retaliação às repetidas charges publicadas pelo Charlie Hebdo sobre o profeta Maomé. O atentado suscitou manifestações de apoio, com a emblemática frase “Je suis Charlie”. Ao mesmo tempo, o conteúdo ácido das sátiras do semanário francês reacendeu o debate sobre os limites do humor, assim como sobre a necessidade da liberdade de imprensa e expressão.
No editorial desta edição especial, o cartunista Riss reforçou o papel do Charlie Hebdo. “A sátira tem uma virtude que nos ajudou a superar estes anos trágicos: o otimismo. Se queremos rir, significa que queremos viver”, escreveu.