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De Jeff Lemire, Matt Kindt e David Rubín
192 páginas
QS Comics | 2025
Tradução: Carol Pimentel
Detetive Cósmico, escrito por Jeff Lemire e Matt Kindt, com arte de David Rubín, já parte de uma ambição grandiosa: prestar tributo à obra de Jack Kirby enquanto constrói um thriller de ficção científica. À primeira vista, sua proposta impressiona e, de fato, as páginas iniciais sugerem uma jornada promissora. Mas, conforme a trama avança, o que se revela é uma obra que mira alto demais e tropeça nas próprias pretensões.
A trama acompanha um detetive encarregado de investigar entidades misteriosas, seres que se assemelham a deuses. Tudo começa com a morte aparentemente impossível de uma dessas figuras, e a partir daí a narrativa mergulha em mistério.
O leitor é lançado no meio da trama e, mesmo que nem tudo fique claro de imediato, o início é envolvente, muito por conta do mistério e da sensação de que há muito a ser descoberto. Sem perder tempo, Lemire e Kindt apostam em um roteiro direto ao ponto, rápido até demais, que aos poucos se transforma em uma jornada que não leva a lugar algum.
Na verdade, há uma tentativa de discutir temas existenciais, o sentido da vida, mas sem provocar o impacto que se espera.
O estilo psicodélico dos desenhos de David Rubín, aliado às suas cores chamativas, é o que há de mais sólido na HQ. O artista está completamente à vontade ao brincar com a narrativa, utilizando layouts dinâmicos que casam bem com o tom da história.
Lançado pela QS Comics, Detetive Cósmico é uma HQ que soa mais provocativa em suas intenções do que em sua execução. No fim, se revela um quadrinho visualmente marcante, mas conceitualmente disperso.
