De John Layman e Rob Guillory
272 páginas
Devir | 2023
Tradução: Marquito Maia
Contendo as edições 3 e 4 da publicação original norte-americana, o segundo volume de Chew: O Sabor do Crime, lançado no Brasil pela Devir, se aprofunda na mitologia da série. Seus criadores, John Layman e Rob Guillory, trazem várias tramas episódicas, o que dá uma dimensão maior à obra, pelo planejamento cuidadoso no desenvolvimento do universo que circula o cibopata Tony Chu e as consequências de uma gripe aviária que dizimou milhões de pessoas.
Neste volume, os autores não se contentam em focar apenas no protagonista, muitos dos personagens que apareceram na edição anterior evoluem. O frango Poyo, a crítica gastronômica Amelia e o próprio parceiro de Chu, John Colby, são alguns dos personagens que ganham mais profundidade e espaço. Além disso, temos mais intensidade com Chu enfrentando missões que realmente vão o colocar em perigo. Embora o tom cômico de Chew seja a força motriz da série, não se engane. O quadrinho tem seus momentos macabros e surpresas em sua jornada.
Layman cria vários arcos, como se cada capítulo fosse um episódio, uma missão para o agente resolver. Só que essas tramas não são isoladas, elas funcionam compondo algo maior. E essa narrativa em movimento, bastante fluida, é a principal virtude de Chew. A história prende a atenção dos leitores, mesmo quando estamos diante de um arco que aparenta não ser tão relevante para o todo.
Já estávamos encantados com a arte extravagante de Rob Guillory desde o livro anterior. É impressionante como seu traço, que é uma mistura de caricatura com desenho animado, abraça o roteiro e combina com o jeito descontraído da trama. Sem falar nas cores vibrantes que dão um toque enérgico.
No Brasil, a Devir publica a série no formato 2 em 1, o que faz com que a coleção seja finalizada em seis livros. O segundo volume de Chew mantém o envolvimento do leitor até o fim, mesmo que traga situações mais procedurais. É uma leitura divertida que aparenta saber exatamente para onde quer ir.