De Joann Sfar e Christophe Blain
64 páginas
Faria e Silva | 2020
Tradução: J.R. Penteado
Tenso quando deve, visceral quando deve e cômico quando deve. Blueberry – Amargura Apache é um western que certamente não irá decepcionar os fãs do gênero. Criado originalmente nos anos 60, por Moebius e por Jean-Michel Charlier, o quadrinho ganhou uma releitura por uma nova equipe criativa, formada por Joann Sfar e Christophe Blain. Nesta edição, vimos a primeira parte de uma história muito bem contada, com lindos desenhos e gostosa de ler.
A história começa com o tenente Blueberry presenciando o assassinato de duas indígenas por três adolescentes, moradores de um vilarejo, liderados por um pastor fanático. Logo, os Apaches buscam vingança, enquanto o protagonista, no meio de tudo isso, busca o melhor caminho para que não haja uma carnificina generalizada.
O ritmo da trama é ótimo, com uma história bem pé no chão, que contém tudo aquilo que você encontra em boas produções de faroeste: heróis, brutalidade e conflitos entre indígenas e brancos. Sobre os desenhos, Blain deixa de lado seu traço mais cartunesco e cria uma ambientação perfeita para história, que te envolve facilmente.
Vale destacar que a edição nacional, publicada pela Faria e Silva, não contém introdução, muito menos apresentação dos autores. O que é uma pena. Esse é um título que merecia, e muito, explicação sobre a série original, detalhes sobre a releitura e mais informações sobre os quadrinistas. Isso enriqueceria muito o livro.
Por fim, a continuação desta versão de Blueberry ainda é inédita na Europa. Aguardamos ansiosamente para saber o desfecho dessa história que trabalha muito bem o emocional dos personagens, em uma HQ dinâmica e tensa.