Bloodrik

De Andrew Krahnke
128 páginas
QS Comics | 2025
Tradução: Carol Pimentel

Bloodrik, de Andrew Krahnke, mergulha no imaginário da espada e feitiçaria para narrar a jornada de um caçador bárbaro faminto que vaga pela neve. Entre alucinações e o silêncio de um mundo quase deserto, a HQ brinca com o arquétipo do bárbaro, oscilando entre a paródia e a reverência. O resultado, no entanto, é uma leitura pouco envolvente e um tanto enfadonha, que se destaca apenas pelo visual intenso e expressivo.

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Ao longo de seis contos curtos, acompanhamos as histórias desse bárbaro em sua luta pela sobrevivência, sempre narradas como se fossem um épico pela “voz” de um personagem anônimo. Com uma narrativa rápida e direta ao ponto, a HQ explora muito pouco o potencial da proposta, mesmo tentando, de forma superficial, “justificar” a ironia em volta da trama.

Logo na introdução, Andrew Krahnke admite ser antes de tudo um desenhista e afirma que para ele “escrever é difícil”, o que acaba se tornando uma justificativa de um resultado em que a arte completamente se sobrepõe ao texto. As histórias acabam se tornando repetitivas e não oferecem desenvolvimento real, permanecendo sempre no mesmo lugar.

Mais uma vez, é preciso reconhecer que Krahnke constrói visualmente muito bem o universo do quadrinho. É nesse aspecto que o título realmente se destaca. A violência e a selvageria ganham intensidade em seu traço de linhas soltas, repleto de hachuras, aliado a uma paleta de cores sóbria que reforça o cenário estéril.

Lançado pela QS Comics, Bloodrik é uma HQ que impressiona visualmente, mas cuja narrativa rápida e rasa parece não levar a lugar nenhum. Ainda que divertida em sua sátira do gênero espada e feitiçaria, o quadrinho acaba deixando a sensação de oportunidade pouco aproveitada.