“Battle Royale”: Republicação causa debate na internet

13 maio 2024
Por Fora do Plástico


O início da pré-venda do primeiro volume de “Battle Royale” pela Pipoca & Nanquim movimentou as discussões entre leitores, na manhã desta segunda-feira (13). Os motivos convergem, sobretudo, em dois pontos: projeto gráfico e valor.

O primeiro volume, que custa R$169,90 (R$118,90 na pré-venda), já é o segundo mangá mais caro publicado no país, na era do real, segundo aponta a Biblioteca Brasileira de Mangás, o Blog BBM, que faz levantamentos com o histórico de publicações no Brasil. Ainda segundo os dados apresentados, “Battle Royale” fica ao lado de “Kingdom Hearts”, como aqueles da lista que não são volume únicos.

A republicação do mangá de Koushun Takami e Masayuki Taguchi está prevista para começar em junho, com periodicidade trimestral. Para além do retorno da série, que foi publicada pela Conrad em 15 volumes, entre 2006 e 2011, “Battle Royale” ganha agora formato de “altíssimo padrão de qualidade para colecionadores”, conforme descreve a sinopse do produto.

A edição, que reúne três volumes japoneses, tem capa dura texturizada com detalhes em baixo relevo e cor especial, sobrecapa com verniz localizado, papel pólen bold de alta gramatura, contendo marcador de páginas e quatro cards exclusivos. Serão cinco volumes ao todo.

Porém, de acordo com o editor da Pipoca & Nanquim, Bruno Zago, não é o acabamento luxuoso o responsável pelo valor do produto. “Decidimos fazer uma edição 3 em 1, porque assumir a publicação de 15 edições é muito para o porte da nossa editora, já que as vendas caem bastante ao longo da publicação. Pelo volume de páginas, são mais de 600 páginas por edição (algumas coloridas), o custo já seria alto”, argumenta o editor.

O luxo foi um meio de deixar o produto “à altura do custo que ele já teria”. O editor ainda completa que, apesar do que se imagina, o acabamento não influencia diretamente no preço final. “O custo desse acabamento se dilui no meio da tiragem, estamos fazendo uma tiragem alta, porque é um título forte, mas seria um produto caro de qualquer jeito”, diz.

Há ainda, segundo Bruno Zago, outro motivo para a adoção de capa dura, incomum na grande maioria dos mangás da Pipoca & Nanquim: as mais de 600 páginas. “Muitos leitores têm a percepção de que o capa dura é mais luxuoso que o capa cartão, mas a gente não vê dessa forma. A gente vê tudo de acordo com o projeto, e cada projeto é uma coisa. O ‘Battle Royale’ tem capa dura porque não queremos que forme vinco na lombada, como foi relatado por alguns leitores com as edições de ‘Recado a Adolf’ e ‘MW’, que também têm mais ou menos essa quantidade de páginas e foram capa cartão”.

Dentro da métrica cada projeto com suas necessidades, o editor conclui que o acabamento mais luxuoso – que tem inspiração assumida na edição deluxe de “Berserk”, publicada pela Dark Horse nos EUA – não deve ser visto pelos leitores como um teste para mangás futuros da editora. “Se um dia a gente tiver que lançar outro quadrinho que tenha as mesmas configurações, muitas páginas e que vão encarecer o produto de qualquer jeito, aí vamos ter que tomar uma decisão similar, mas não é um teste”, afirma.

Sobre a história

Lançado originalmente como um romance, em 1999, escrito por Koushun Takami, “Battle Royale” se tornou um bestseller com mais de um milhão de cópias vendidas. Roteirizada pelo próprio Takami, com arte de Masayuki Taguchi, a adaptação para mangá estreou já no ano seguinte e seguiu até 2005.

Na história, os leitores acompanham “O Programa”, um jogo sádico promovido por um governo ditatorial, que reúne todo ano 42 estudantes do fim do Ensino Fundamental em um local isolado e os obriga a caçar uns aos outros até que reste apenas um sobrevivente.

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