Autor de “Kagurabachi” revela as referências que moldaram o mangá

22 setembro 2025


Em agosto, o mangaká Takeru Hokazono voltou a falar sobre as influências que moldaram seu estilo em “Kagurabachi”, uma das atuais sensações da Shonen Jump. Durante sua passagem pelos Estados Unidos, onde participou da Anime NYC, em Nova York, ele concedeu entrevista ao Anime News Network e detalhou parte de seu processo criativo, citando inspirações que vão de “Naruto” e “Akira” até “Capitão América: O Soldado Invernal”.

Nascido em Osaka, em 2000, o jovem quadrinista contou ao ANN que foi a obra de Masashi Kishimoto a primeira a despertar nele o desejo de se tornar mangaká. Embora tenha seguido esse caminho apenas há pouco mais de três anos, a ideia surgiu ainda na infância, quando lia “Naruto” junto da família e começou a imaginar como seria criar seu próprio mangá.

Naruto

Hokazono também destacou a importância de Katsuhiro Otomo, um dos grandes nomes dos quadrinhos a nível mundial, em sua formação como ilustrador. Ele revelou que costuma recorrer constantemente aos artbooks do autor de “Akira” como inspiração para desenhar diversas cenas.

Mas a revelação mais curiosa entre suas principais referências talvez tenha sido a menção a “Capitão América: O Soldado Invernal”, filme do MCU lançado em 2014. Além de figurar entre os favoritos de Hokazono, o longa serviu de modelo para a criação de Sojo, um dos antagonistas de “Kagurabachi”, cuja construção incorpora elementos da personalidade de Bucky Barnes.

Cena do filme Capitão América: O Soldado Invernal

O interesse por uma produção norte-americana, no entanto, não surpreende. Hokazono já revelou se inspirar no trabalho de Quentin Tarantino para compor as cenas de ação de sua série. Ainda durante a Anime NYC, voltou a citar Hollywood como fonte de inspiração e destacou seu interesse pela forma como os norte-americanos retratam a cultura japonesa em suas produções — algo que, aliás, pode ser bastante controverso para boa parte dos entusiastas de animes e mangás.

Publicado no Japão desde 2023, “Kagurabachi” rapidamente se tornou um dos queridinhos dos leitores da famosa revista Shonen Jump. A popularidade, que partiu de uma onda de memes na internet em torno da atmosfera cinematográfica das cenas de batalha, escalou consideravelmente ao longo dos anos e a série é vista hoje como uma das apostas com maior potencial comercial dentro da Shueisha. De acordo com os dados mais recentes do portal japonês Oricon, a obra, que segue em andamento com oito volumes, já ultrapassa a marca de dois milhões de cópias em circulação.

Cena do mangá de Kagurabachi

O sucesso da obra pode ser medido através das redes sociais, onde o quadrinho costuma causar grande repercussão após a publicação de cada novo capitulo, mas também se estende às premiações: em 2024, conquistou o primeiro lugar no Next Manga Awards, por voto popular, e, no mesmo ano, foi indicada ao 70º Manga Award da Shogakukan.

Publicado no Brasil desde junho desse ano, “Kagurabachi” se prepara para receber o seu terceiro volume em outubro, pela Panini. A trama acompanha o filho de um ferreiro em sua jornada de vingança pela morte do pai e na busca pelas seis lâminas encantadas forjadas por ele, que foram roubadas por uma gangue de feiticeiros.

Capa do primeiro volumes da edição brasileira.

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