De Mariko Tamaki e Steve Pugh
208 páginas
Panini Comics | 2020
Tradução: Dandara Palankof
Arlequina – Quebrando Vidraças é o nosso primeiro contato com a recente leva de quadrinhos teen da DC. Com roteiro de Mariko Tamaki e arte de Steve Pugh, o quadrinho apresenta uma releitura da personagem para um público mais jovem. A HQ acerta ao situar a personagem como uma jovem que acaba de se mudar para Gotham City e consegue, a partir dos diálogos e temas abordados, apresentar questões importantes e uma trama bem divertida.
Tamaki é conhecida pelo roteiro de Aquele Verão, lançado no Brasil pela editora Mino. Sua versão da Arlequina tem a essência divertida e autêntica da personagem (frases curiosas, comportamentos espalhafatosos e uma forma leve e descompromissada de ver a vida). Tudo isso é amarrado a uma trama que envolve uma boate de Drag Queens, uma Hera (Venenosa) ativista e vegetariana e um Coringa também adolescente.
Harleen Quinzel guia o ritmo da HQ com sua narrativa em primeira pessoa. Essa irreverência dá um tom bem teen à obra, mas isso também vem do contexto adolescente de ensino médio e da relação entre a menina e as pessoas que a cercam. Destaque pela forma como Mariko Tamaki aborda temas como identidade, feminismo e até mesmo o poder das mega corporações. Outro ponto alto é a arte de Pugh que é belíssima e dá um tom de “sonho”, quase transcendental para a história.
Há, claro, alguns problemas na trama. Porém todos podem ser desconsiderados pensando que estamos falando de um quadrinho teen. Boa leitura para quem está começando nos quadrinhos e uma ótima pedida para quem quer uma história de origem divertida e bem executada.