De Bruno Seelig
128 páginas
Mino | 2023
Black Orion nunca perde de vista seu principal propósito: ser um gibi divertido, daqueles que dá gosto de se perder nas páginas. A aventura alucinante de Bruno Seelig tem como ponto alto a maneira como o autor nos conta essa história, que nos magnetiza à medida que passamos por cada capítulo.
Não é possível contar muito, já que Black Orion é uma HQ que se beneficia das descobertas do leitor, não só no final, mas em todo o enredo. Basicamente, seguimos dois adolescentes em uma jornada caótica entre alienígenas, bodes violentos, traficantes e o FBI. Pode parecer confuso, no primeiro momento, mas é preciso confiar no caminho e estar atento aos detalhes.
Um deles é uma história à parte, contada sempre no primeiro quadro de cada página, em preto e branco. Neles, é possível acompanhar a vida de um homem, desde a infância até a velhice. Ele parece ser um personagem extra… até o momento do estalo! Esse é só um exemplo de como Seelig soube amarrar muito bem as linhas que conduzem a história de Black Orion.
Além do roteiro criativo, que abraça o nonsense e convida o leitor a fazer o mesmo, a arte é um espetáculo. Cenas de ação empolgantes, enquadramentos bem pensados, assim como o design de personagens. A estética é dominada pelas cores, que não só guiam visualmente a leitura, como também envolvem o leitor naquele universo insano.
Lançado pela Mino, Black Orion ficou vários anos em produção. Uma leitura é o suficiente para ver a entrega do quadrinista nessa HQ, mas a cada releitura a unidade da história fica mais transparente. Esse não é um quadrinho difícil, é um quadrinho dinâmico, talvez a melhor descrição seja uma aventurona que não tem medo dessa identidade.