De Junji Ito
276 páginas
Devir | 2022
Tradução: Arnaldo Oka
Com grande variedade nas abordagens do horror, Vênus Invisível é uma coleção sólida, que faz jus ao subtítulo “O melhor de Junji Ito” ao oferecer um repertório à altura do mangaká. Agrupando contos curtos, alguns até adaptações da literatura japonesa, o mangá publicado pela Devir, embora não tenha um denominador comum em sua temática, funciona perfeitamente.
Precisamos repetir algo que já comentamos sobre Calafrios: a melhor forma para conhecer o trabalho de Ito são essas seleções de histórias. Assim como foi com o mangá publicado pela Pipoca & Nanquim, Vênus Invisível nos permite ver a versatilidade do autor e como ele encontra o terror em lugares inimagináveis. É claro que com uma produção tão grande, vários volumes “best of” poderiam ser criados e, em Vênus Invisível, dez contos desse vasto universo compõem o livro.
Como de costume, são histórias que exploram o comportamento humano. O horror de Junji Ito é muito ligado à luxúria e ao egoísmo, por exemplo, mesmo que nem sempre seja tão evidente. Ele leva o ser humano ao extremo, a agir de forma imprevisível.
Entre os destaques do álbum, citamos Bilhões Solitários, Poltrona Humana, Vênus Invisível e a homenagem que Ito faz ao seu ídolo, o Kazuo Umezz, em Mestre Umezz e Eu. Se você é um leitor já habituado às obras do mangaká, certamente vai reconhecer O Mistério da Falha de Amigara, um de seus contos mais famosos, que está compilado também em Gyo, lançado no Brasil também pela Devir.
Para além das histórias, o livro conta com uma galeria de ilustrações coloridas de suas outras obras. Além de que, alguns contos do quadrinho se iniciam em cores, para depois seguirem para o tradicional preto e branco.
Vênus Invisível é uma forma de novos leitores terem um olhar mais completo sobre Junji Ito. Mas também se configura como um item de colecionador para os fãs do autor que buscam, para além das histórias inéditas, um material extra que exalte o mangaká.