De Tom King e Mitch Gerards
156 páginas
Panini Comics | 2019
Tradução: Paulo H. Cecconi
A conclusão do arco de Senhor Milagre não poderia ter nos deixado mais satisfeitos. A maneira como Tom King mescla as relações familiares de Scott Free com a trama que envolve a guerra entre Nova Gênese e Apokolips fica ainda melhor nesse segundo volume. Em adição, a arte de Mitch Gerards torna a HQ ainda mais dinâmica e moderna.
Agora, a paternidade se torna um dos temas centrais da HQ. Com isso, King abre ainda mais o leque de conteúdos do quadrinho (que já tratava, entre muitos outros temas, sobre stress pós-traumático e depressão). Mais leve e divertido do que o anterior, este volume possui um tom de humor mais acentuado e alguns momentos verdadeiramente emocionantes. Como já havíamos criado uma relação com Scott e Barda, seria impossível não sentir com eles seus sentimentos. Vibramos, nos desesperamos, sofremos e sentimos alívio ao lado desses dois.
O trabalho de King é delicado e atento aos detalhes, como já havíamos percebido na primeira edição. Aqui, tudo o que era bom fica ainda melhor, inclusive o ritmo. É surpreendente como nos afeiçoamos a esse quadrinho, tanto que nas páginas finais foi uma despedida difícil. Já sentimos isso com sagas, mas essa conexão é mais rara em HQs de apenas dois volumes: mais um mérito do roteirista.
Senhor Milagre é, sem dúvidas, uma leitura que deveríamos ter feito antes. O brilhantismo dessa história está nos detalhes, nas relações e diálogos bem escritos. E é justamente por isso que não foi tão simples dizer adeus a Barda, Scott e família.