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De René Goscinny e Albert Uderzo
152 páginas
Record | 2024
Tradução: Tânia Calmon e Eli Gomes
Do que é feito um clássico? O primeiro volume do chamado “omnibus” de Asterix traz uma boa resposta. Já nos primeiros três livros da série, reunidos nesta edição, René Goscinny e Albert Uderzo mostram todo o carisma dos gauleses que conquistariam a França e o mundo. Com roteiros que vão da inocência à sagacidade em instantes e uma arte que arranca risadas, essas três obras são absolutamente divertidas, cada uma a seu modo.
Asterix, o Gaulês, o primeiro quadrinho do personagem, publicado originalmente nas páginas do primeiro número da revista Pilote, em 1959, é uma delícia do início ao fim. Ali são apresentados alguns elementos canônicos da HQ, como a poção mágica, que dá força a Asterix e aos outros gauleses (menos Obelix, que não precisa dela, já que caiu no caldeirão quando era bebê) para resistir à invasão romana. É justamente o que torna essa aldeia tão obstinada aquilo que Roma busca descobrir neste primeiro número.
Já Asterix e a Foice de Ouro, o álbum que menos nos encantou entre os três, traz a busca de Asterix e Obelix por uma nova foice de ouro para o druida Panoramix. Afinal, é necessário esse item precioso para preparar a poção mágica. A história é cheia de peripécias e reviravoltas, mas não é tão criativa quanto a que vem a seguir: Asterix e os Godos. Neste livro, um grupo de godos planeja raptar um druida para ajudá-los a executar a invasão da Gália. Divertidíssima, essa HQ traz uma evolução labiríntica para deixar o leitor sempre com aquele riso esperto no canto do rosto.
Nessa sequência inicial de histórias é possível perceber mudanças no traço, principalmente entre o primeiro e o segundo álbum, além de várias sacadas hilárias tanto no visual quanto no texto. É impossível terminar este primeiro volume “omnibus” e não desejar ler outras histórias do gaulês.
Publicada pela Record, esta edição é uma bela introdução ao personagem. Tanto pela ordem cronológica, é claro, mas também pelo fato de reunir várias histórias, o que nos deixa ainda mais empolgados na leitura. Seja numa edição compilada ou álbum por álbum, ler Asterix é se desligar do mundo lá fora e mergulhar no universo contagiante criado por Uderzo e Goscinny.
