Hugo Canuto representa cultura afro-brasileira em visita à Alemanha

22 maio 2025


Hugo Canuto, autor da série “Contos dos Orixás”, esteve na Alemanha entre os dias 10 e 17 de maio para participar de diversas atividades culturais e acadêmicas. A turnê contou com palestras, workshops e a primeira exposição do quadrinista brasileiro na Europa. Além de divulgar suas HQs, que misturam a estética dos super-heróis com a cultura afro-brasileira, Canuto apresentou o trabalho de outros artistas da nona arte brasileira.

Ao Fora do Plástico, o autor explicou que a passagem pela Alemanha marcou a conclusão de uma série de viagens profissionais. “A viagem e exposição na Alemanha, a convite do Instituto Africa Multiple e da Universidade de Bayreuth, marcou a conclusão dessa grande tour de lançamentos e eventos que, ao longo do último ano, me levou a percorrer vinte cidades no Brasil e exterior, em diferentes continentes e territórios como Angola, Portugal, e a Guiana Francesa, além de oito estados brasileiros, com destaque para a rica região amazônica”, conta Canuto.

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Como parte da programação da visita, o quadrinista participou da conferência “From Oblivion to Memory – Transatlantic Memorial Echoes”, da Universidade de Bayreuth, como palestrante. O evento foi organizado por umas das principais instituições de pesquisa sobre o continente africano, a Africa Multiple Cluster of Excellence, que reuniu acadêmicos de diversas áreas para divulgar seus trabalhos e formar conexões entre si.

Uma das palestras ministradas por Canuto foi “Aesthetic Transfers of Fragmented Memories I”, junto da professora Ute Fendler. O evento aconteceu no centro cultural Ilawelahaus, com mediação do pesquisador Thierry Boudjekeu.

Nos workshops realizados em solo alemão, o quadrinista recebeu alunos de escolas públicas, professores universitários e jovens imigrantes para ensinar sobre a produção de quadrinhos brasileiros e sobre a criação de personagens. Para isso, ele apresentou HQs de dez autores brasileiros que tem como foco a cultura do Norte e Nordeste do Brasil, mostrando a cultura influência da cultura indígena, afro-brasileira e sertanejas.

Foram apresentadas as obras “Contos dos Orixás” e “Contos dos Orixás: Rei do Fogo”, do próprio quadrinista; “A Fábrica”, de Dan Borges; “A Imaculada”, de Marcello Fontana e Ricardo Cidade; “Amantikir”, de Lillo Parra e Jefferson Costa; “Arlindo”, de Ilustralu; “Bom Dia, Socorro”, de Paulo Moreira; “Mukanda Tiodora”, de Marcelo D’ Salete; “Onde Habita o Medo”, de Nilberto Jorge – ‘Nil’ e Tai; “Quase Tudo São Flores”, de Karipola, e “Saros”, de Alexey Dodsworth e Ioannis Fiore.

Hugo Canuto ainda teve três artes expostas no centro cultural Iwalewahaus, que contém uma das maiores coleções de artes africanas contemporâneas da Europa. Seu trabalho esteve junto de coreógrafos, fotógrafos e escritores de países como Togo, Colômbia, Camarões e Nigéria, escolhidos com o intuito de representar os laços ancestrais e artísticos entre os dois lados do oceano Atlântico.

Com a conclusão da jornada por diferentes países e cidades, o quadrinista refletiu o impacto das viagens em sua carreira e para o quadrinho brasileiro. “Foi uma travessia entre encruzilhadas pelo Norte e o Sul Global, guiada pela arte, pelas narrativas ancestrais dos orixás e pelas histórias que represento através dos quadrinhos“, definiu.

Foto: Divulgação Hugo Canuto

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