De Taiyo Matsumoto
464 páginas
Devir | 2021
Tradução: Arnaldo Oka
Um Japão pouco lembrado, numa história que jamais sairá da nossa memória. Sunny, de Taiyo Matsumoto, traz uma trama realista, que não poupa o leitor. Ao longo desses três volumes, o mangá nos faz refletir sobre o sentido da família para além dos laços sanguíneos, retratando problemas sociais, a infância, o abandono e o amadurecimento precoce. A maneira como Matsumoto conduz série é muito sensível, com momentos de melancolia e esperança.
Com início e final forte, o terceiro volume continua com passagens emocionantes, mantendo a dinâmica da narrativa vista nas edições anteriores, com cada capítulo se aprofundando em um personagem do lar de acolhimento. O mangaká é muito hábil em dar visibilidade aos personagens, ele faz com que todos eles tenham seu espaço. E mais, a maneira como os capítulos se conectam funciona de forma muito natural.
São vários pontos que poderíamos destacar nesta série. Entre eles, as diferentes reações das crianças frente ao mundo que as cerca. A todo o momento, o autor nos coloca como régua moral das situações, como o limite do certo e do errado. Outro ponto é perceber como cada um ali lida com o abandono. Alguns querem sair do lar de acolhimento, mas não têm ninguém lá fora. Aqueles que têm alguém, são negligenciados pelos pais ou, quando tiveram uma experiência de retorno, ficaram decepcionados e resolveram voltar para o Jardim Escola Hoshinoko.
Publicado em três volumes pela Devir, Sunny é um mangá inocente, tocante e sensível. São histórias de pessoas que talvez possamos encontrar perto de nós, são problemas sociais que existem em qualquer lugar do mundo. Uma leitura espetacular para ficar no topo da lista de indicações para os amigos.