Coringa: O Mundo

4 novembro 2024

De vários artistas
168 páginas
Panini Comics | 2024
Tradução: Diogo Prado e Felipe Castilho

Coringa: O Mundo tenta trazer diferentes abordagens para o clássico vilão, através dos diferentes países em que as tramas são ambientadas, de acordo com as nacionalidades dos artistas envolvidos. No entanto, temos em mãos um todo irregular, com histórias que não têm espaço suficiente para se desenvolver, algo que se assemelha ao resultado de outra HQ da DC com a mesma proposta, Batman: o Mundo.

Doze países são representados nesta edição. Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Itália, Brasil, México, República Tcheca, Turquia, Coreia do Sul, Camarões, Polônia e Argentina, cada um imprimindo em sua história elementos que caracterizam suas nações de alguma maneira. É interessante observar essas escolhas e tentar captar as referências.

Como um personagem que pode ser lido como um opositor perverso do Batman, uma afronta ao sistema e ao poder, um louco, ou quase uma lenda em termos de vilania, o Coringa ganha interpretações distintas nesta HQ. Porém, a maioria tende a se manter no básico, sem grandes inovações, provavelmente devido ao número de páginas de cada história.

A representante brasileira, assinada por Felipe Castilho, Tainan Rocha e Mariane Gusmão, é sem dúvidas o grande destaque do álbum pelas escolhas na abordagem da questão manicomial no Brasil e pela estilização da arte. Outra que chama a atenção entre as demais é a argentina, de Matías Timarchi e Germán Peralta, que consegue contar uma história completa em um curto espaço, com uma proposta que leva o Coringa a ser, de fato, uma ideia e não apenas um personagem. É possível dizer que o quadrinho latino-americano oferece o melhor de Coringa: o Mundo.

Publicado pela Panini, a HQ é uma iniciativa que, apesar de nem sempre ter regularidade entre as histórias, é sempre bem-vinda. Observar o olhar de quadrinistas de diferentes países para um personagem tão icônico é uma experiência que nos motiva enquanto leitores, afinal, é sempre bom ter contato com escolhas artísticas e referências culturais diversas.

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