De Alexey Dodsworth e Ioannis Fiore
128 páginas
Draco | 2021
Saros136 abraça a ficção científica em uma história que equilibra aventura e discussões existenciais. A HQ de Alexey Dodsworth e Ioannis Fiore tem uma concepção interessante e traz um visual encantador. No entanto, apesar da trama te deixar imerso naquele mundo, o desenvolvimento é um pouco apático, sem muita emoção.
Acompanhamos quatros personagens, de tempos e lugares diferentes e, aparentemente, sem nada em comum. Envolvidos em suas próprias tramas, eles começam a se conectar às vésperas de testemunharem um eclipse total do Sol. Essa história é contada por uma mãe a seu filho, porém, não é revelado ao leitor quem são esses dois. A partir desse recurso vamos descobrindo como o passado e o futuro estão relacionados, à medida que o enredo é desenvolvido. Dodsworth faz um ótimo trabalho ao não deixar a trama se tornar cansativa ou confusa.
Como dissemos anteriormente, o quadrinho em si tem um argumento atraente, com direito a viagem no tempo, personagens multiculturais e debates filosóficos. Só que, por ser um HQ relativamente curta, ela funciona melhor como conceito. O roteiro não se aprofunda nos personagens e, assim, não conseguimos ter o devido interesse por eles. Até por conta disso, e pela falta de emoção no clímax, a leitura foi se tornando morna.
Visualmente, esta é uma HQ encantadora. Ao longo da leitura, mais de uma vez ficamos observando os detalhes da arte caprichada de Ioannis Fiore. Ele nos apresenta uma grande variedade de cenários e caracterização de personagens.
Lançado pela Draco, Saros136 se esforça num sci-fi de muito potencial, cheio de possibilidades, mas que acaba não entregando um desenvolvimento à altura. O resultado é um quadrinho que entretém, apesar das ressalvas.