Em novembro, a editora Barbante vai lançar sua primeira HQ. A obra escolhida é um compilado de “Garoto-Enxaqueca”, de Greg Fiering, tiras que se tornaram populares no Brasil com a versão em desenho animado exibida na MTV. O quadrinho tem tradução e adaptação de Érico Assis.
O fato de trazer essa conexão com o popular canal de programação musical não é coincidência: a Barbante é uma editora conhecida por suas publicações relacionadas à música. “Como o Garoto-Enxaqueca ficou conhecido por meio das vinhetas da MTV e estava inserido no contexto musical da época — ele estampa o encarte de Monster, disco que o R.E.M. lançou em 1994, por exemplo —, pareceu um bom título pra dialogar com essas duas pontas do nosso catálogo”, explica ao Fora do Plástico Alessandro Andreola, sócio e fundador da editora, ao lado de Paola Marques.
Criadas em 1992, as tiras do “Garoto-Enxaqueca” (“Migraine Boy”, no original) foram publicadas em várias revistas e jornais nos Estados Unidos, ao longo dos anos. Em 1996, a HQ ganhou um novo status de popularidade com a adaptação para uma série animada pela MTV.
Descritas como absurdas e surreais, as histórias de “Garoto-Enxaqueca” apresentam um menino mal-humorado que sofre de enxaqueca crônica, e sua interação com a vizinhança que constantemente tenta estabelecer com ele uma relação de amizade.
Inédita no Brasil, a série de tirinhas vai ganhar uma edição exclusiva no país. “Inicialmente, a intenção era publicar ‘Fairweather Friends’, a primeira coletânea do Garoto-Enxaqueca que saiu nos EUA em 1996. A ideia de fazer um livro só para o Brasil veio do próprio Greg Fiering, já que os direitos da tirinha são dele e não estão atrelados a nenhuma editora gringa”, conta Alessandro. O resultado será uma edição mais abrangente, que reúne quase todas as tiras do personagem publicadas nos anos 1990 e início dos 2000. O cofundador da Barbante ainda revela que a edição trará 187 tiras.
Com a aposta de mais uma editora nos quadrinhos, é inevitável cogitar quais serão os próximos. No entanto, a editora diz não ter mais nenhum título programado, mas não fecha as portas para outras HQs no futuro.