De Brian K. Vaughan e Fiona Staples
152 páginas
Devir | 2024
Tradução: Marquito Maia
Saga não leva esse nome à toa. Brian K. Vaughan e Fiona Staples construíram, ao longo de anos e de onze volumes, uma sequência de reviravoltas, tragédias e mudanças de perspectiva. A cada volume da série, o que se espera são as surpresas da trajetória de Hazel, sua família e todo o elenco de coadjuvantes, e esta edição não decepciona nesse quesito.
É possível dizer que, desde o fim do hiato, marcado pela publicação do volume 10, Saga mudou um pouco de dinâmica. Hazel se tornou cada vez mais presente, à medida que foi crescendo, e podemos observar mais da história a partir dos seus olhos. Além disso, há uma ligeira mudança de ritmo em relação às edições anteriores, talvez para marcar essa nova fase.
A perseguição a Alana e sua filha continua uma constante, mas a sobrevivência se torna cada vez mais difícil. Brian K. Vaughan sempre trouxe críticas sociais incorporadas ao roteiro e aqui não é diferente, com um olhar contundente para a luta de classes… só que, é claro, em meio a criaturas esquisitas e situações não menos estranhas.
Fiona Staples continua entregando as caracterizações mais inventivas, além de drama na medida certa, principalmente nas cenas sobrepostas pela narração de Hazel.
Pode ser que Saga, que é lançado no Brasil pela Devir, caminhe para volumes mais mornos, diante do que foi visto nesta edição. No entanto, é importante notar que a construção de personagens continua, mesmo que os eventos que movem a série não estejam em avanço. É inevitável ficar imaginando o que pode vir a seguir.