De Olivier Vatine e Alberto Varanda (Inspirado no livro La Mort Vivant, de Stefan Wul)
92 páginas
Mythos | 2022
Tradução: Jotapê Martins
Uma agradável surpresa, A Morte Viva, de Olivier Vatine e Alberto Varanda, é um quadrinho que escala da ficção científica ao horror, ao longo das páginas. Baseada no livro La Mort Vivant, de Stefan Wul, a graphic novel é ambientada em um futuro em que a Terra já não é mais habitável. Em Marte, o cientista Joachin é chamado pela poderosa Martha para uma missão improvável: trazer sua filha, a pequena Lise, de volta à vida. Para isso ele é levado à Terra, onde o corpo da criança está armazenado.
Enquanto seguimos o protagonista, vamos conhecendo a dinâmica desse mundo. Dessa forma, roteiro é ágil ao nos imergir naquele contexto e logo já estamos habituados ao universo e aos personagens.
A obra carrega elementos lovecraftianos, assim como toques da estética vitoriana. À medida que a trama avança, o suspense passa a dar lugar ao terror, enquanto ficávamos com os olhos vidrados nas páginas. O desfecho parece um pouco abrupto, mas é coerente com aquilo que a HQ já apresentava, aproveitando bem elementos plantados ao longo do desenvolvimento da história.
A arte de Varanda é um espetáculo à parte. Com um uso preciso de luz e sombra, as ilustrações são compostas de hachuras e garantem a completa imersão na obra, com painéis que parecem obras de arte.
Publicado pela Mythos, A Morte Viva é envolvente, com desenhos belíssimos e uma trama que entrega sci-fi, horror e tensão na medida certa.